Zach Ashton
Ele: "Oi amor. Quando as àguas estão calmas você sempre chega com vento, quando o céu está lindo e azul você traz nuvens. Não tenho mais energia pra continuar."
Ela: Energia?
Ele: É, cabou.
Ela tinha uma reposta pronta: "O vento que eu fazia na àgua era pra criar ondas pra gente brincar. Tu sempre adorou ondas. E as nuvens que eu trazia era pra gente procurar aqueles desenhos que nos divertiam tanto. Lembra do coração que a gente achou daquela vez?"
Ela ía falar também que a energia do ser humano é feita de amor, e que falar aquilo foi forte demais.
Ía lembrar ele que palavras são como flechas lançadas que quando fincam, ficam lá.
Mas ela preferiu ficar em silêncio, se virou e foi embora procurar pessoas que gostam de ventos em mares e de nuvens com aspecto de algodão.
-E vai chegar um dia em que tu vais perceber que mundo real nunca vai ser conto de fadas!
E a voz ecoava na cabeça da menina, ecoava tanto que toda vez que algo saía do seu controle ela ficava fora de si. Quando o medo vinha ela se mantinha tão longe que não restava nem mais um pinguinho dela no mundo.
E ela só voltava quando se sentia segura, quando a alminha dela já estava pronta pra encarar tudo novamente.
As duas flores.
Era um jardim enorme! Simplezinho, mas tão bonito...
Nele existiam duas flores.
Uma tinha gostinho doce, e suas pétalas eram tão macias que pareciam pedacinhos de nuvem. Cada vez que alguém chegava perto e elogiava a florzinha, ela esticava tanto suas pétalazinhas que a pessoa a qual havia se aproximado ria, de tanta delicadeza.
A outra flor era cheia de espinhos em suas pétalas, tinha gosto de azedo e quando alguém tentava se aproximar ou tocar ela emitia um ruído forte. Ela possuía várias ervas daninhas ao redor.
Com o tempo as pessoas passaram a ir ao jardim só pra ver a flor espinhenta, pois a outra flor não precisava da ajuda de ninguém, mas essa sim e eles tinham esperança de muda-la. E assim foi feito. A população começou a dar carinho e atenção à flor azeda e tirou todinhas as ervas daninhas do redor dela mas ela continuava do mesmo jeito.
Com o tempo eles aprenderam que uma pessoa nao consegue mudar a natureza de ninguém, nem mesmo de uma flor, então eles resolveram voltar a visitar a outra florzinha.
Mas a flor doce, que era movida a carinho murchou tanto com a ausência de todos que morreu.