Sexta-feira 13.


Ele tinha o cérebro saindo pra fora. É, o cérebro saindo pra fora. E sangue escorrendo pela face. Estranhamente ele adorava isso.
Qualquer pessoa que chegasse perto dele poderia ver suas idéias, que sempre ficavam escancaradas naquele cérebro tão visível. Por isso o sangue, quem quisesse criticar criticava. Uma crítica apenas não faz sangue escorrer, é que eram muitas críticas. E as críticas o machucavam, apesar de ele ter toda aquela cara de tanto faz.
Ele tinha um lobo, que mastigava seu estômago cada vez que ele se perdia em suas próprias idéias.
Cada olho dele via as coisas de um jeito. O direito via toda a realidade assim como é, e o esquerdo via a realidade dele, aquela que quase não fazia sangrar.
Mas isso tudo era por dentro, porque por fora:











Todos amavam ele, e ele era o mais calmo e bem sucedido do local onde trabalhava.

maçãs

-Essa maçã que tu dizes que bate aí dentro de ti, e que acelera e fica verde quando tu pensa, ou fala com ele, não é uma maçã, menina... é um coração.

-Ah... é tudo a mesma coisa.
-Se fosse assim no mercado eu poderia conseguir quantos corações eu quisesse.
















-Exatamente isso. O mundo é um grande mercado.
Já reparaste quantas maçãs passam pertinho de ti todos os dias?